Comandados de Zidane jogavam bem até tomarem o primeiro gol em vacilo com a bola. Time merengue sofreu para aproveitar oportunidades criadas e com erros na fase defensiva
O Real Madrid foi até o Borussia Park enfrentar o Borussia Mönchengladbach pela segunda rodada da Champions League. O jogo desse dia 27 válido pelo grupo B terminou 2 a 2 com gols de Thuram (2x) para os alemães e Benzema e Casemiro para o Real Madrid. O grupo ficou embolado com os resultados desta terça-feira. Shakhtar e Inter também ficaram no empate, 0 a 0. Sendo assim, Shakhtar Donetsk fica com 4 pontos, Borussia Mönchengladbach com 2 pontos, Inter de Milão com 2 pontos e Real Madrid, último colocado, com apenas 1 ponto em duas partidas. O próximo compromisso do time comandado por Zidane vai ser no dia 3 de novembro, terça-feira, às 17h00, com transmissão da TNT, contra a Inter de Milão dentro de casa.
Real começa bem, desperdiça oportunidades e vê o adversário marcar em mais erros infantis
O primeiro tempo, até o gol do Borussia aos 33 minutos, foi de um bom futebol do Real Madrid. Que começou mais leve graças a vitória sobre o rival no último final de semana pela La Liga. Com seu tradicional 4-3-3, Zidane mandou a campo a mesma equipe que enfrentou o Barcelona no sábado, só que com Lucas Vásquez no lugar do lesionado Nacho. Logo no inicio o Real já teve boa escapada pelo seu lado direito com Vázquez, Asensio e Benzema, se movimentando por ali. Valverde, mais uma vez, foi o homem de meio campo que infiltrava no espaço gerado por Karim como surpresa. Nessa partida, o lado direito foi mais efetivo no ataque. Tendo a bola chegado bastante e passado por aquele corredor.
O Madrid teve mais a bola no primeiro tempo, com 67% da posse. O time teve paciência para rodar de um lado para o outro, tentando encontrar espaços na defesa do time alemão, que não ameaçou o gol de Courtois até o minuto de seu gol. O time de Zidane tinha movimentação e aproximação dos meias. Os jogadores não ficavam "presos" em suas posições e em momentos do jogo era comum ver Asensio caindo da direita para o meio e Vini Jr fazendo o mesmo movimento de seu lado e até chegando pelo corredor direito. A equipe fazia triangulações, tabelas e tinha jogadas com toques rápidos. Kroos tinha a função de ajudar os zagueiros na saída de bola, encostando neles e ajudando na construção desde trás. O Real criou boas oportunidades chegando com bastante jogadores na área do Borussia. Foram 11 chutes na meta defendida por Sommer, porém apenas 3 no alvo, exigindo boas defesas do arqueiro.
Eu até elogiava em minhas anotações a marcação do Real. Que estava ligada, dava combate e até roubou bolas no ataque quando o Borussia tentava sair. Marcação alta, organizada, que rendeu ataques. Mas o Madrid, em uma desatenção no meio campo, entregou a bola para o time da casa, que até então estava controlado e via o time blanco trocar passes. Depois da recuperação o Mönchengladbach se armou rapidamente em velocidade e pegou a defesa merengue bagunçada, Thuram recebeu ótimo passe em progressão e saiu na cara de Courtois, que nada pôde fazer.
O Real, mais uma vez, sentiu o gol. Era melhor, errou e viu o adversário balançar as redes no primeiro chute ao gol. Ainda criou uma boa oportunidade, mas não fez mais que isso no final da primeira etapa. O time pecou por não aproveitar suas oportunidades e pelo seus erros de passe e de decisão. O segundo tempo teria que ser diferente.
No suor da camisa 13 vezes campeã!
A segunda etapa, com o mesmo time do primeiro tempo, começou com um Real Madrid em cima do Mönchengladbach. Tanto que Asensio, depois de rebote em escanteio e boa jogada de Vini e Mendy pela esquerda, teve duas oportunidades claras de gol desperdiçadas e Vini Jr, que recebeu com condições de finalizar, mandou a bola para fora em outro bom ataque. O time marcava pressão, estava presente no campo de ataque e parecia questão de tempo até alguém aproveitar as oportunidades criadas e empatar. Mas não foi bem assim que aconteceu.
Ao contrário do que os madridistas pensavam foi o Borussia que fez mais um gol. Novamente com Thuram, que aproveitou rebote de Courtois e mandou para o gol aos 13 minutos da etapa final. Mendy, andando, deu condições para o atacante do time alemão ampliar o marcador. O gol foi um balde de água fria para o Real, que sentiu demais e quase se complicou ainda mais. A defesa parecia dormente, quando é pegada em velocidade não consegue acompanhar, fica perdida e nisso entrega condições ao adversário. Foi o mesmo cenário do primeiro tempo e de alguns outros jogos: Real melhor, não faz o gol, toma por desatenção e sente demais.
Zidane demorou para mexer, mas quando mexeu colocou Hazard, que voltou de lesão, e Modric no lugar de Kroos e Vini Jr. Posteriormente o francês colocou Rodrygo no lugar de Asensio. O time precisava dar uma resposta e teve que se expor ainda mais em busca do primeiro gol para sonhar com, pelo menos, o empate. O tempo passava e cada recuperada de bola do Mönchengladbach era uma tortura para os torcedores que, em casa, sofriam com o time. O tempo ia passando e o Real não conseguiu acertar bons ataques. O Borussia, que não é bobo, se fechou. Talvez não tão bem quando o Shakhtar na última rodada, mas tinha boa organização defensiva no 4-4-2.
O relógio correndo e o time cada vez mais nervoso e desorganizado taticamente em campo. Varane e, principalmente, Sérgio Ramos viraram atacantes. Até que aos 42 minutos do segundo tempo, Casemiro invadiu a área, recebeu cruzamento e impediu a bola de sair em tiro de meta já servindo Benzema quase que na pequena área. Ele fez o primeiro do Madrid no meio da defesa alemã. O empate era possível, e foi.
Aos 48 foi a vez de Casemiro aproveitar cruzamento dentro da área para fazer o segundo gol. No suor da camisa treze vezes campeã, o Real Madrid conquistou um empate que mesmo assim me parece ser com gosto de derrota. Escrevo isso porque o Madrid criou para vencer, mas esbarrou em erros de finalização. Ao todo foram 21 chutes com apenas 6 indo até o gol adversário. Já o Mönchengladbach teve 9 com 5 direto a meta blanca. São erros que custam caro e que não podem mais ser tolerados. Desatenção em determinados momentos dos jogos, defesa em linha alta que sofre para se recompor quando é exigida em velocidade e jogadores que "dormem" na marcação. O problema do Real não é só ofensivo, mas também defensivo. Errar ali atrás é quase que certeza de gol para o rival.
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